Dentre os vários réquiens disponíveis, quase todos eles obras-primas dentro dos opus de grandes compositores, Um réquiem alemão se isola, talvez ao lado do Réquiem de Fauré, como um réquiem não para os que se vão, mas para os que ficam. Contrariamente à tristeza, inconformidade, muitas vezes raiva, mostradas nos réquiens que celebram os mortos, este de Brahms fala diretamente aos vivos, refletindo sobre a importância da vida terrena, mas nos imbuindo de um sentimento de paz e resignação. Dentro de sua simplicidade de escrita e do talento excepcional que Brahms tinha em se utilizar de recursos econômicos para expressar um máximo de emoções, o Réquiem Alemão é uma demonstração da música enquanto a mais poderosa das manifestações humanas.