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| 22 dez 2020
O Messias de Haendel com a Academia de Música Antiga
De Halle a Eisenach, na Alemanha, são apenas 118 quilômetros. Pois, dentro dessa pequena distância e num período de um pouco mais de três semanas, nasceram, em 1685, dois dos maiores gênios da história da música universal: Haendel e Bach. Esses dois grandes compositores se tornaram sinônimo do Barroco alemão e definiram o curso da linguagem musical para décadas e décadas após suas mortes.
Sob o aspecto puramente musical, existe muito em comum nas obras dos dois compositores: suas linguagens se desenvolvem estabelecendo cada vez mais o sistema tonal e se completam, na utilização desse sistema em obras dos mais variados gêneros. Entretanto, em um aspecto, eles se diferenciam consideravelmente. Enquanto Bach firmou sua carreira profissional e sua vida pessoal na própria Alemanha, buscando uma certa estabilidade dentro das cortes germânicas (ou prussianas, na época), Haendel foi, desde jovem, um aventureiro, que se projetou em outras regiões da Europa, tendo se firmado principalmente na Inglaterra. Essa “internacionalização” de Haendel fez com que sua música se dirigisse mais a alguns gêneros formais que foram muito pouco explorados por Bach: a música incidental, ou música da corte, e, principalmente, a ópera.
Não há dúvida de que Bach tenha escrito centenas de obras vocais e corais que podem ser definidas como grandes obras-primas desse tipo de repertório: suas Paixões e a Missa em si menor, por exemplo. Entretanto, Haendel, ao explorar o território operístico com mais amplitude, deu à voz humana uma cor especial, altamente expressiva, que valia tanto à música lírica quanto à sacra.
Certamente, o maior exemplo disso, e sua obra mais conhecida, é o oratório O Messias, composto em 1741. Contrariamente à prática moderna, em que o Messias é apresentado primordialmente na época de Natal, sua estreia se deu na Páscoa. Gradualmente, esse oratório adquiriu crescente popularidade, sendo, hoje, uma das peças clássicas mais executadas em todo o planeta.
O Messias se estrutura musicalmente como um tradicional oratório, mas nota-se nele aquela influência dramática que Haendel adquiriu na composição de dezenas de óperas baseadas nos mais variados temas. É essa combinação de religiosidade e lirismo que faz do Messias uma obra diferenciada.
Portanto, é essa combinação que devemos buscar nas melhores interpretações da obra. Dentre as opções no YouTube, algumas são bastante românticas, outras asceticamente “de período”, ou seja, que tentam replicar as práticas da época. Parece-me que um bom meio termo vem da apresentação da Academia de Música Antiga sob a regência de Christopher Hogwood. Como esta é uma obra longa, recomendo que a escutem em partes, quem sabe reservando um trecho para a época de Natal. Uma boa audição e Aleluia!
Créditos da imagem: Quadro de Haendel pintado por Thomas Hudson
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