Vicente Alexim
Nascido no Rio de Janeiro, o autor da obra que a Filarmônica de Minas Gerais executa hoje em primeiríssima audição é bacharel em Clarinete pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, formado na classe do professor Cristiano Alves. Vicente Alexim foi também aluno do curso de bacharelado em composição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, sob a orientação dos professores Marcos Lucas e Caio Senna.
Como clarinetista, integrou grupos como a Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem e a Orquestra Jovem do Brasil. Atualmente, é membro do GNU, grupo de câmara voltado à pesquisa e performance da música contemporânea. Junto ao GNU tem realizado trabalho significativo de fomento e divulgação da música atual, sendo responsável, como intérprete, por diversas estreias de obras dedicadas ao grupo, escritas por compositores brasileiros e estrangeiros.
Em sua atividade como compositor, Vicente Alexim teve obras executadas em importantes eventos voltados à música contemporânea, como o Encontro Nacional de Compositores Universitários, e em mostras nacionais de grande prestígio, como o Panorama da Música Brasileira Atual e as Bienais de Música Brasileira Contemporânea. Na edição de 2009, a sua participação na XVIII Bienal incluiu a execução, como solista, do Concerto de Câmara para clarineta e orquestra, de sua autoria, obtendo reação entusiástica de crítica e público. No ano seguinte, apresentou a mesma peça junto à Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem.
Em 2011, Alexim foi o vencedor da terceira edição do Festival Tinta Fresca, realizado pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, com a sua obra Três Poemas sobre Luz.
A respeito da obra Reações, diz o autor:
Reações, de 2012, lida com a interação entre diferentes objetos sonoros. A obra propõe um ambiente em que identidades musicais diversas derivam-se umas das outras e influenciam-se mutuamente. Essa interação é explorada de diversas formas, sejam elas mais diretas – como a evidente transformação de um objeto em outro – ou mais sutis, como a gradual modificação de uma sonoridade a partir de intervenções de outros materiais sonoros.
Para caracterizar essas diferentes identidades, a obra faz amplo uso de técnicas instrumentais para a obtenção de sons não convencionais da orquestra, em paralelo com o idioma já tradicional dessa formação. Sendo assim, com timbres ruidosos que naturalmente se misturam, ocasionando a perda da individualidade dos diferentes instrumentos e grupos instrumentais, contrastam-se sons facilmente distinguíveis que apresentam o material musical com clareza.
Dentre as peças que compartilham certas características com Reações e, por isso, são uma valiosa forma de contato com essa linguagem, incluem-se a obra para orquestra Osiris (2008), de Matthias Pintscher, o quarteto de cordas Nymphea (1987), de Kaija Saariaho, e o concerto para violino Offertorium (1980), de Sofia Gubaidulina.