Radamés Gnattali
Instrumentação: Flauta, oboé, clarinete, fagote, trompa, cordas.
Entre Villa-Lobos e Tom Jobim, entre a música erudita e a popular, está Radamés Gnattali, compositor sem barreiras, que afirmava: “música, só tem dois tipos: a boa e a ruim”. Nascido em Porto Alegre, iniciou os estudos de piano e violino ainda criança e, posteriormente, frequentou a classe do pianista Guilherme Halfeld Fontainha na Escola de Belas Artes, finalizando o curso com medalha de ouro. Em 1931, mudou-se para o Rio de Janeiro no intuito de se tornar um concertista. Lá conheceu Ernesto Nazareth, trabalhou como pianista, regente e arranjador e, com a inauguração da Rádio Nacional, em 1936, viu nascer sua carreira como compositor.
O Concertino para sax alto foi composto em 1954, e estreado somente em 1987, no encerramento da VII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, na Sala Cecília Meirelles, no Rio de Janeiro, tendo como solista Dilson Florêncio junto à Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Roberto Duarte. Radamés compôs concertos para formações solistas usuais e incomuns – harmônica de boca, harpa, violão elétrico, bateria, acordeom e bandolim – que somam cinquenta obras do gênero e representam a décima parte de seu catálogo geral de obras. O frescor e a diversidade da criação de Radamés, afora as dezenas de milhares de arranjos escritos para rádio, fazem dele uma torrente musical sempre em descoberta: “Radamés é fonte que nunca seca”, poetizou Tom Jobim. Membro da erudita Academia Brasileira de Música e da Academia de Música Popular Brasileira, Radamés Gnattali é, depois de Villa-Lobos, o retrato mais fiel da música brasileira.
Marcelo Corrêa
Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.