Vivace 5 (2025)

Fabio Mechetti, regente
Daniel Müller-Schott, violoncelo

GUARNIERI
MOZART
PROKOFIEV
Abertura Concertante
Sinfonia nº 38 em Ré maior, K. 504, “Praga"
Sinfonia Concertante, op. 125

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School. Na Temporada 2024, apresentou-se com a Orquestra Petrobrás Sinfônica e retornou ao Teatro Colón, onde conduziu a Filarmônica de Buenos Aires.

Nascido em Munique, Alemanha, Daniel Müller-Schott está entre os melhores violoncelistas de sua geração e pode ser ouvido nos palcos internacionais de maior prestígio, ao lado de importantes maestros e orquestras, entre elas as de Nova York, Chicago e Boston e as filarmônicas de Berlim, Londres e Holanda. Suas interpretações enérgicas combinam brilhantismo técnico e uma grande capacidade emocional. Além do repertório consagrado, Müller-Schott se interessa por trabalhos inéditos e mantém ampla colaboração com compositores contemporâneos, estreando peças em todo o mundo. Possui sólida discografia, recebida com críticas entusiasmadas e prêmios. Müller-Schott toca um violoncelo de Matteo Goffriller conhecido como “Ex-Shapiro”, fabricado em Veneza, em 1727.

Programa de Concerto

Abertura Concertante | GUARNIERI

Camargo Guarnieri, nascido em Tietê, estado de São Paulo, de pais músicos, aos dezesseis anos foi buscar na cidade de São Paulo melhores oportunidades para sua formação musical. Em 1938, estudou na França, com Charles Koechlin e Nadia Boulanger. Em São Paulo, Guarnieri apresentou suas primeiras obras a Mário de Andrade, um dos mais importantes intelectuais da época, que se tornou seu mentor. A influência militante de Mário refletiu-se na posição assumida publicamente por Guarnieri por ocasião de sua ruptura com o compositor e professor Koellreutter, em 1950 (Koellreutter foi o introdutor da música dodecafônica no Brasil). A partir da década de 1940, Guarnieri visitou os Estados Unidos em diversas oportunidades, regendo suas obras; recebeu muitos prêmios e, dentre os compositores brasileiros, tornou-se, com Villa-Lobos, um dos mais executados no mundo. A Abertura Concertante foi dedicada ao compositor norte-americano Aaron Copland. Sua estreia se deu em 2 de junho de 1942, no Theatro Municipal de São Paulo, sob a regência do maestro João de Souza Lima. A peça apresenta características neoclássicas combinadas a elementos rítmicos e harmônicos nacionalistas.

No fim de 1786, Mozart concluiu duas peças magistrais – o Concerto para piano nº 25 e a Sinfonia nº 38 –, obras em que a densidade do pensamento musical e o pleno domínio dos recursos composicionais sinalizam o derradeiro período criativo do compositor. Ambas destinavam-se ao público de Praga e apresentam a particularidade de não usar clarinetes (instrumento muito querido de Mozart, mas com os quais, ao que parece, ele não contaria na orquestra de Praga). O consagrado rótulo de Sinfonia de Praga se presta, portanto, muito bem à obra, homenageando a cidade tão amada pelo compositor e onde sua música era acolhida com entusiasmo. O sucesso triunfal de As bodas de Fígaro no teatro local contrastara com a fria recepção da estreia vienense. Confiante no caloroso público tcheco, Mozart não precisou fazer concessões: a composição da nova Sinfonia marca um nítido salto qualitativo em sua criação sinfônica. E, mais uma vez, Praga mostrou apreciar as inovações, encomendando-lhe uma nova ópera. E, de fato, há vários episódios no Don Giovanni que lembram trechos da Sinfonia de Praga.

A Sinfonia-Concerto, op. 125 de Prokofiev, mais conhecida como Sinfonia Concertante, é, nas palavras do próprio compositor, uma reelaboração de seu Concerto para violoncelo, op. 58. Os primeiros esboços do Concerto para violoncelo datam de 1933, época em que o compositor iniciou seu processo de repatriação. Na Sinfonia Concertante, algumas das características típicas do estilo de Prokofiev convivem lado a lado: as inovações tímbricas, uma criatividade melódica sem limites e certa aspereza harmônica. A parte do violoncelo exige um instrumentista impecável, pois que os solos são de dificuldade ímpar, tanto do ponto de vista técnico quanto musical. O primeiro movimento (Andante) é lento e possui dois temas: um primeiro, ardente e apaixonado, e um segundo, mais leve e tranquilo. O segundo movimento (Allegro giusto) é o mais dramático dos três, com solista e orquestra em perfeita sintonia. O primeiro tema é extremamente empolgante, enquanto a exuberância do segundo representa um contraste admirável. O terceiro movimento (Andante con moto) é uma variação em três partes. O primeiro tema inicia-se lento e, pouco a pouco, transforma-se em uma dança. O segundo tema tem ares de canção folclórica. Ambos são trabalhados ao longo do movimento até atingir uma coda trepidante que encerra a Sinfonia de maneira surpreendente.

Quero ser lembrado deste concerto.
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