Allegro e Vivace 10 (2025)

Fabio Mechetti, regente

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VILLA-LOBOS
RAVEL
RAVEL
Sinfonia nº 6, “Sobre a linha das montanhas”
Valsas nobres e sentimentais
Bolero

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School. Na Temporada 2024, apresentou-se com a Orquestra Petrobrás Sinfônica e retornou ao Teatro Colón, onde conduziu a Filarmônica de Buenos Aires.

Programa de Concerto

Embora frequentemente se associe a obra, a pessoa e a linguagem de Ravel a Claude Debussy, numa amálgama “impressionista”, deve-se observar que a orientação estética de Ravel tem tamanha originalidade e aponta para caminhos da música do século XX, que sua importância talvez se iguale à do próprio Debussy. Para as Valsas nobres e sentimentais, Ravel teve em Schubert seu primeiro modelo. No entanto, não toma as valsas de Schubert como paradigmas, mas como exemplos de um gênero que ele ironiza e desconstrói. O modelo principal desse processo, porém, são as valsas de Strauss e a valsa francesa dos salões elegantes de Paris. Embora o esquema rítmico da dança permaneça sempre vívido nas oito pequenas seções de que se constitui a obra de Ravel, o que se percebe não é a onipresença da valsa, mas sua evocação. A harmonia é a de um Ravel já totalmente vinculado ao século XX, que não tem medo de libertar a dissonância e que dela não faz apenas colorido, mas sonoridade dotada de significado, o que levou o próprio Debussy a declarar, antes de conhecer-lhe a autoria, que se tratava de obra composta “pelo ouvido mais refinado que jamais poderia ter existido”. A versão orquestral, publicada em 1913, foi feita com vistas a um balé intitulado Adelaide, ou a linguagem das flores.

Quando Ravel criou o Bolero, jamais imaginou que seu nome ficaria para sempre ligado a essa obra. Nas suas palavras, tratava-se de “dezessete minutos de orquestra sem música”. Ao ser indagado por Honegger a respeito de suas grandes composições, Ravel disse, com um leve toque de ironia: “em toda a minha vida eu compus apenas uma obra-prima, o Bolero. Mas, infelizmente, ele é vazio de música”. Criado por encomenda da bailarina Ida Rubinstein, Ravel decidiu aproveitar na obra um tema que o perseguia há tempos: uma melodia com caráter insistente que ele utilizaria repetidamente, sem desenvolvimento, variando gradualmente o colorido orquestral. Para completar o primeiro tema, compôs um segundo. Muito mais que uma melodia individualizada, o segundo tema funciona como uma espécie de contratema, ou seja, uma melodia que se comporta como um complemento da melodia principal. O Bolero foi estreado no dia 22 de novembro de 1928, no Teatro Nacional da Ópera, em Paris, com o corpo de bailarinos de Rubinstein e coreografia de Bronislava Nijinska. O escândalo que a obra causou em suas diversas apresentações estimulou o compositor a tentar executá-la sem o balé. A versão de concerto foi estreada por Ravel em janeiro de 1930. Hoje uma das partituras mais executadas do repertório internacional, o Bolero pode parecer o resultado de uma composição bem calculada para causar impacto e ser bem sucedida nas salas de concerto. Mas foi com extrema dificuldade que a obra ganhou as graças do público.

11 dez 2025
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais

12 dez 2025
sexta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais
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