Embora seja uma obra característica de sua primeira fase, a Segunda Sinfonia já mostra claramente o afastamento de Beethoven da ascendência de seu mestre Haydn. É tida como uma das últimas composições desse período. Notam-se nela, por isso, algumas particularidades: Beethoven já substitui, aí, o minueto clássico pelo scherzo. “Plena de ideias novas, originais e poderosas” é como a descreve em 1804 um crítico do Musikalische Zeitung de Leipzig. Talvez por isso mesmo ela tenha sido um choque em sua estreia, antecipando a Eroica, que haveria de vir. A obra foi terminada no verão de 1802, durante a estada de Beethoven em Heiligenstadt. Em outubro do mesmo ano, ele escreve o patético Testamento, que comprova a consciência trágica da sua ainda incipiente surdez.