Masaaki Hayakawa
Instrumentação: cravo, cordas.
O compositor e regente Masaaki Hayakawa nasceu em Ichikawa, nas proximidades de Tóquio. Começou a compor por volta dos cinco anos de idade e graduou-se em Ciências pela Universidade de Tóquio, antes de passar a estudar música na Universidade de Artes de Tóquio, onde, em 1960, obteve o diploma de Composição. Hayakawa fundou o Vivaldi Ensemble Tokyo em 1961 e, em 1964, regeu suas obras na capital. Excursionou pela Europa como regente da Orquestra Sinfônica da Universidade de Tóquio, apresentando seu Concerto para Marimba. Nos anos 1970 visitou Alemanha, Áustria, Inglaterra, Bélgica e Itália com o Vivaldi Ensemble Tokyo para divulgar o Requiem santi, escrito em 1970, além de outras composições. Desde então, passou a realizar turnês sucessivas como regente convidado, em apresentações de suas obras pelos Estados Unidos, pela Alemanha, Rússia e Suíça. Professor honorário da Universidade de Hiroshima, onde reside, Hayakawa é também regente titular do New Vivaldi Ensemble, grupo de virtuoses em instrumentos barrocos, fundado por ele em 1979. Tem-se apresentado como regente convidado da Sinfônica Metropolitana de Tóquio e da Nova Filarmônica do Japão.
Seus Três movimentos para cordas foram impressos pela Ongaku no Tomo Sha, de Tóquio, em 1968. Parte de sua obra tem sido publicada pela Wilhelm Zimmermann, de Frankfurt: o Requiem santi, para flauta de bambu e orquestra; a Toccata para marimba; os Dois improvisos para harpa; e o Concerto para marimba. Outras obras saíram pela Federação de Compositores do Japão, em Tóquio, entre 1975 e 2008: os Quatro pequenos poemas: Distrofia muscular progressiva, para voz e conjunto instrumental; Gen’ei, para flauta de bambu, violino, percussão e cordas; e a Sonata para viola solo. Para a flauta de bambu, ou shakuhashi, instrumento pentatônico que permite a execução de escalas cromáticas e portamentos, Hayakawa escreveu, além do Requiem santi e de Gen’ei, obras solísticas como Visum e Hachigatsu no shura.
O compositor declara ter composto As quatro estações no Japão “para que a música barroca se tornasse mais amplamente conhecida pelos japoneses”. Tomando doze melodias japonesas, arranjou-as para cordas nos estilos de Corelli, Vivaldi, Bach, Haendel e outros compositores do período Barroco. A obra, concluída em 1987, foi sendo publicada entre os anos de 1975 e 1989 pela Academia Music, de Tóquio.
Cada estação tem três partes: Primavera – Hana (A flor); Sakura-sakura (Flores de cerejeira); Haru ga kita (Chegou a primavera). Verão – Ware wa umi no ko (Sou um menino do mar); Ame (A chuva); Umi (O mar). Outono – Mushi no koe (O zunido dos insetos); Koujou no tsuki (A lua sobre um castelo em ruínas); Mura-matsuri (A celebração na aldeia). Inverno – Yuki (A neve); Pechka (O fogão da Manchúria); Haru yo koi (Eu anseio pela chegada da Primavera).
Carlos Palombini
Professor de Musicologia da Universidade Federal de Minas Gerais.