| 14 mar 2019
Crítica sobre o 1º CD da série "Brasil em Concerto" escrita pelo jornalista Irineu Franco Perpétuo e publicada no site da Revista Concerto
O jornalista Irineu Franco Perpétuo publicou no site da Revista Concerto uma crítica sobre a gravação das obras “O Garatuja: Prelúdio”, “Série Brasileira” e “Sinfonia em sol menor”, de Alberto Nepomuceno. Este é o primeiro de 30 CDs da Série Brasil em Concerto do selo internacional Naxos. Uma parceria do selo com o Itamaraty e as orquestras Filarmônica de Minas Gerais, Filarmônica de Goiás e Sinfônica de São Paulo (Osesp). Abaixo, leia um trecho da crítica.
“Creio não exagerar ao colocar o disco da Filarmônica de Minas Gerais como marco fundamental na reavaliação crítica e recepção da obra de Nepomuceno. Se todas essas obras já tinham sido gravadas, nenhuma delas merecera um registro tão engajado e atento aos detalhes técnicos, sonoros e musicais quanto esse. Não sei se a Filarmônica de Minas Gerais é a melhor orquestra brasileira, mas certamente é a que possui a direção mais meticulosa, cuidadosa e profissional. Cuidando do grupo desde 2008, de forma presente, ativa e carinhosa, o maestro Fabio Mechetti não apenas é o responsável por uma programação interessante e equilibrada na Sala Minas Gerais, como vem moldando com apuro de ourives a sonoridade da filarmônica.
Não há como ficar pasmado, por exemplo, com a solidez do coro de metais do Prelúdio de O Garatuja. Ou com o refinamento das madeiras na Série Brasileira, dando aulas de fraseado e matizamento de dinâmica.
Mas o impacto maior mesmo – e, aqui, seria injusto destacar um ou outro naipe ou instrumento em particular – é oferecido pela Sinfonia em sol menor, a obra que, se não cronologicamente, pelo menos como relevância e ascendência, pode ser tida como a fundadora do sinfonismo brasileiro.”